Foi lançado nesta segunda (16), Dia Mundial de Combate à Fome, o Programa “Alimentar o Futuro – Segurança Alimentar e Nutricional na Infância”, que visa incentivar a oferta de alimentação adequada e saudável a todas as crianças do Estado de São Paulo. O programa é uma iniciativa do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e será executado em parceria com o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e com o Sesi-SP.
Participaram do lançamento o ministro de Estado do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, e o ex-presidente da República Michel Temer, dentre várias autoridades. As regiões de Araraquara e do Vale do Ribeira farão parte do projeto-piloto.
Dentre as ações previstas, estão a implantação de um Núcleo de Apoio para estimular empresas a articularem projetos locais em parceria com Organizações Sociais do terceiro setor e com o poder público. O Núcleo também ficará responsável por fazer um diagnóstico de cada região e um Observatório irá captar e armazenar dados por região para serem disponibilizados a toda a sociedade. “Cada um doará o que puder e o que quiser. Nós seremos catalizadores e utilizaremos a nossa capilaridade”, disse Raul Cutait, presidente do Conselho de Responsabilidade Social da Fiesp.
Estatísticas
A criação do programa foi impulsionada pelos indicadores alarmantes do país, especialmente no período da pandemia. Uma pesquisa realizada em 2022, por exemplo, mostrou que apenas quatro a cada 10 famílias brasileiras tinham acesso à alimentação.
Os dados ainda mostram que 37% dos domicílios com crianças de até 10 anos estão em situação de insegurança alimentar, sendo 18% em situação de fome.
Por outro lado, estudos científicos mostraram que a fome afeta de forma significativa o desenvolvimento global das crianças, impactando negativamente nos aspectos físicos, emocionais, cognitivo, de aprendizagem e de linguagem.
O primeiro Diretor Secretário do Ciesp, Marcos Andrade, que representou o presidente Rafael Cervone no evento, se disse otimista com a iniciativa que une empresas, organizações sociais e o poder público. Para ele, a capilaridade do Ciesp vai “enriquecer” o programa, visto que muitas empresas associadas são lideranças em suas regiões e podem inspirar a adesão de outras empresas por meio do exemplo.
Andrade ainda ressaltou que a iniciativa poderá ajudar as empresas a desenvolverem o “S” das políticas ESG (Environmental, Social and Governance). A sigla é um compromisso que empresas e instituições têm assumido que prevê a adoção voluntária de boas práticas ambientais, sociais e de governança, inspiradas nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Segundo ele, é comum as empresas iniciarem as práticas ESG pelo E, por conta da familiaridade com o tema em função das leis ambientais, e depois encontrarem dificuldades para implantar ações de Responsabilidade Social e de Governança.
“Logo percebemos que há um amadurecimento da sociedade e a compreensão de que não podemos não nos incluir em problemas sociais como a fome. Clientes e a sociedade esperam que as empresas adotem práticas que façam a diferença para o nosso planeta e para a nossa sociedade”, disse o diretor